A raiva é uma infecção viral do tecido cerebral que causa irritação e inflamação deste e da espinhal medula.
O vírus da raiva está presente na saliva dos animais infectados. Um
animal com raiva transmite a infecção a outros animais ou aos humanos ao
morder-lhes ou, por vezes, ao lambê-los. A partir do ponto de
inoculação inicial o vírus desloca-se através dos nervos até à espinal
medula e ao cérebro, onde se multiplica. Em seguida, desce pelos nervos
para as glândulas salivares, onde se instala.
Diferentes animais podem transmitir a raiva aos humanos. Embora a
fonte habitual de infecção dos humanos sejam os cães, também os gatos,
os morcegos, os texugos, as doninhas, as raposas e outros animais podem
ser responsáveis pelo contágio. Não é frequente os ratos, as ratazanas e
outros mamíferos pequenos transmitirem a raiva, em parte porque a
mordedura de outro animal lhes é habitualmente mortal. Nos países
desenvolvidos, a vacinação eliminou, em grande medida, a raiva nos cães.
Contudo, continua a ser bastante frequente na maioria dos países da
América Latina, África e Ásia, onde os animais de estimação nem sempre
estão vacinados contra a referida doença. Os animais infectados podem
ter uma raiva furiosa ou muda. Na raiva furiosa, o animal está agitado e
apresenta um comportamento anormal; posteriormente fica paralisado e
morre. Na raiva muda, é a paralisia localizada ou generalizada que
predomina desde o início.
Actualmente, nos países desenvolvidos, a maior parte dos casos de
raiva humana costumam ser causados por mordeduras de animais selvagens
infectados. Os referidos animais podem ter um comportamento furioso, mas
o mais provável é que apresentem alterações de comportamento menos
óbvias. Os de hábitos nocturnos (morcegos, doninhas, texugos e raposas)
infectados com raiva podem sair durante o dia e não demonstrar o medo
habitual perante os humanos.
Apesar de ser extremamente raro, a raiva pode ser contraída
respirando ar infectado. Foi descrito o desenvolvimento de dois casos
entre exploradores que respiraram o ar de uma caverna infestada de
morcegos.
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