Tortosendo:
Da imaginação dos povos saem as narrações mais fantasiosas e para tudo ela encontra explicação. No boletim comemorativo do 60ª aniversário da elevação do Tortosendo a Vila pode ler-se:
"Conta-se em Tortosendo que há muitos, muitos anos, existia uma casinha térrea e pequena e que dentro vivia uma família boa, unida mas pobre. O pai madrugava para ir cavar a terra dura, os irmãos guardavam as ovelhinhas, a mãe limpava, cozia e tratava da panela, e ela, a irmã doente e aleijada, triste e só lá ficava encostada à velha Oliveira. Mas um dia deslumbrada viu sentada num dos ramos mais baixos da oliveira uma senhora bela e irradiante que, sorrindo, lhe estendeu um objecto desconhecido e assim falou:
- Minha filha, pára com a tua tristeza e pega nesta roca com que passarás teus dias a fiar. Embora doentinha e torta, sendo amiga de ajudares teus pais, contribuirás assim para o bem-estar da tua família e com o teu exemplo, que se propagará, para o progresso da tua terra!"
Teria vindo deste acontecimento o nome de "Tortasendo" que daria mais tarde "Tortosendo", com o seu desenvolvimento da indústria de fiação e têxtil e a sua devoção a Nossa Senhora da Oliveira.
Contudo os historiadores afirmam que a formação do Tortosendo deve datar de antes da fundação de Portugal, tendo sido D. Afonso Henriques quem repovoou as poucas casas existentes e que tinham sido abandonadas pelos valentes lusitanos quando das lutas romanas. Quanto à origem do nome, este vem de "Troitosendo" (Tructesindus), vocábulo de origem germânica, muito utilizado em documentos dos primeiros tempos da monarquia, que significava expedição do exército, supondo-se que no tempo de D. Sancho I por aqui tivesse aquartelado algum cavaleiro ou chefe de forças militares.
Covilhã:
O passado da Covilhã remonta ao princípio dos tempos, quando foi castro proto-histórico, abrigo de pastores lusitanos e fortaleza romana conhecida por Cava Juliana ou Silia Hermínia. Quem ergueu as muralhas do seu primitivo castelo foi D. Sancho I que em 1186 concedeu foral à Covilhã. E, mais tarde, foi D. Dinis que mandou construir as muralhas do admirável bairro medieval das Portas do Sol.
Era já na Idade Média uma das principais "vilas do reino", situação em seguida confirmada pelo facto de grandes figuras naturais da cidade ou dos arredores se terem tornado determinantes em todos os grandes descobrimentos dos sécs. XV e XVI: o avanço no Atlântico, o caminho marítimo para a Índia, as descobertas da América e do Brasil, a primeira viagem de circum-navegação da Terra.
As duas ribeiras que descem da Serra da Estrela, Carpinteira e Degoldra, atravessam o núcleo urbano e estiveram na génese do desenvolvimento industrial. Elas forneciam a energia hidráulica que permitiam o laborar das fábricas. Junto a essas duas ribeiras deve hoje ser visto um admirável núcleo de arqueologia industrial, composto por dezenas de grandes edifícios. Nos dois locais são visíveis dezenas de antigas unidades, de entre as quais se referem a fábrica-escola fundada pelo Conde da Ericeira em 1681 junto à Carpinteira e a Real Fábrica dos Panos criada pelo Marquês de Pombal em 1763 junto à ribeira da Degoldra. Esta é agora a sede da Universidade da Beira Interior na qual se deve visitar o Museu de Lanifícios, já considerado um dos melhores núcleos museológicos desta indústria na Europa.
A Covilhã foi elevada à condição de cidade a 20 de Outubro de 1870 pelo Rei D. Luís I.
Lenda Peso:
Conta a lenda que, uma vez um homem vinha dos lados do Fundão, transportando um saco de algodão, às costas.
Chegando à margem esquerda do rio Zêzere precisou de o atravessar para o lado direito.
Ao atravessar o rio, molhou o saco de algodão sem dar pelo facto.
Quando chegou à margem direita, deu conta que o saco estava mais pesado e disse:
- Que peso!! Ainda agora era só um pesinho!
E a partir daí, a localidade da margem esquerda ficou a chamar-se Pesinho e a da margem direita , que é a nossa terra, ficou a chamar-se Peso.
História do Paúl:
Quando em 1807 as tropas de Napoleão comandadas por Junot invadiram, pela 1ª vez, o nosso país e passaram aqui pela nossa terra, o Paul, o povo do Paul receou que algo de mal acontecesse à imagem da Nossa Senhora das Dores que se encontrava na Igreja Paroquial. O povo foi escondê-la fora da povoação. Prometeram então fazer uma festa e construir uma capela em sua honra, se nada de mal lhe acontecesse e se as tropas Francesas passassem sem destruir as searas.
E, como nada de mal aconteceu construíram uma Capela em honra da Nossa Senhora das Dores, no sítio onde hoje se encontra o Santuário.
Repetindo, a festa todos os anos no 1º Domingo de Julho.
Havia, em tempos, dois cunhados que foram roubar lenha ao alpendre da Capela Velha de Nossa Senhora das Dores.
Quando voltavam para casa, pousaram os molhos no muro e disseram um para o outro:"- Esta já cá vai!" Nisto, aparece alguém que lhes diz:
- Esta lenha é de
Nossa Senhora.
Eles responderam que Nossa Senhora não precisava de se aquecer, nem de fazer comida.
Certo é, que andaram toda a noite com os molhos de lenha às costas e só de manhã é que chegaram a casa
http://netin.ese.ipcb.pt/cp_patrimonio/historia_lendas_covilha.htm
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